Falta Dizer
sexta-feira, 29 de abril de 2011
focado no branco
fecunda semente
o preto desanco
da linha de frente
quinta-feira, 28 de abril de 2011
brisa
& brasa
tudo com tudo rivaliza
tudo, contudo, se casa
terça-feira, 26 de abril de 2011
o que agora há sob o luar
& sob a luz do dia
antes já estava lá
na prece de quem pressentia
segunda-feira, 25 de abril de 2011
por mais que importe
a pose contida
é rente à morte
que vive a vida
sábado, 23 de abril de 2011
não pode
não devia
o mito eclode
no meio do dia
verdade
mentira
é o mito que invade
& não se retira
no lodo
na calmaria
um dia morre de todo
a vida que sempre se adia
hush
meu rito
& enlevo
não grito
escrevo
vida adiada
é coisa de quem fia
a troco de nada
que sempre haverá dia
sexta-feira, 22 de abril de 2011
às vezes inglório`
outras aclamado
ando feito gregório
em caminho desusado
dura caminhada
novo caminho
na minha estrada
eu ando sozinho
quinta-feira, 21 de abril de 2011
cada baliza
dita um valor
sou o que me avaliza
conforme o que sou
quarta-feira, 20 de abril de 2011
eu cá comigo
focado no umbigo
fecundo
o mundo
é só investir
no fundo de cá
plantando em si
tudo se dá
visão é dom
de quem imagina
cego só não é bom
com a retina
terça-feira, 19 de abril de 2011
elêusis
desencantado
tão longe dos deuses
a eles tão achegado
segunda-feira, 18 de abril de 2011
o limite
quebre-o
se habilite
ao equilébrio
rio grande morto
parado
é num corguinho torto
que eu nado
domingo, 17 de abril de 2011
quando eu for livre por inteiro
sobrevirá o clamor
banal & verdadeiro
é o amor
sábado, 16 de abril de 2011
o tempo de outrora
o tempo perdeu
em cada aurora
outro eu
antigo porém
o ser em pauta
minhas forças aquém
do verbo que falta
a brisa me trouxe
à doce
maré
do que se é
treva
magnífica
da vida nada se leva
a vida toda fica
colho na lira
o instante fecundo
o mundo que gira
é pano de fundo
sexta-feira, 15 de abril de 2011
por todos os lados
o grito irrompeu
somente calados
o tempo & eu
nem possesso
nem blasé
do sagrado me despeço
sem profano o que vai ser
quinta-feira, 14 de abril de 2011
caixa fechada
poço mudo
meu mundo de nada
conversa com tudo
amiúde
me fio
na plenitude
do vazio
ponho alma
adrede
no toque da palma
no corpo que excede
nem bem me enlaço
o laço se perdeu
lhe dou o meu braço
que ainda é só meu
sem raiz
ou rizoma
não sou o que você quis
nem aquilo por que me toma
quarta-feira, 13 de abril de 2011
sem alarido
longe do tablado
o poeta é consumido
o poema consumado
the vulnerable beast
fiado em nada
exposto a tudo
me sobra espada
me falta escudo
terça-feira, 12 de abril de 2011
I
me ponho igual
perante
o fenomenal
& o insignificante
II
meio poente
meio alvorada
sou monte imponente
& terra arrasada
segunda-feira, 11 de abril de 2011
não se descarte
o que é bem posto
véu é parte
de todo rosto
domingo, 10 de abril de 2011
em cada pintura
silêncio & grito
o quadro emoldura
o infinito
nem bem desabo
já levantei
pobre diabo
pose de rei
sexta-feira, 8 de abril de 2011
no entrementes
de tantos ais
as coisas silentes
me falam mais
I
sem jeito
ou classe
dia perfeito
é o que nasce
II
minha
ciranda
não anda
na linha
III
coisa horrenda
pecado
sujeito que dependa
de predicado
quinta-feira, 7 de abril de 2011
I
um vivo nada
sem paz
as coisas paradas
me agitam demais
II
pretensão a minha
aurora
não mora
na linha
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