Falta Dizer
quinta-feira, 31 de maio de 2012
se me imponho
rotina tacanha
vem sonho
& me assanha
quarta-feira, 30 de maio de 2012
pavio
candeia
meu verso sombrio
me incendeia
terça-feira, 29 de maio de 2012
sigo adiante
no meio da bruma
meu verso errante
me apruma
segunda-feira, 28 de maio de 2012
sou
o interstício
entre voo
& precipício
é tanto lacaio
tanto desmando
melhor eu me saio
assoviando
peito oco
pé na cova
este sufoco
me renova
domingo, 27 de maio de 2012
clima inclemente
solo ruim
minha semente
germina em mim
surgiu
de minha semente
estio
& solo indiferente
sábado, 26 de maio de 2012
empenho
medonho
franzo o cenho
obro o sonho
de mim dirão
um dito duro
não tinha tradição
tampouco futuro
é tanta
minha força de ser
que suplanta
qualquer pertencer
sexta-feira, 25 de maio de 2012
velha trova
verso tolo
me falta boa nova
me sobra desconsolo
nada me incensa
ou me priva
sou indiferença
viva
quinta-feira, 24 de maio de 2012
meu canto
ultrapassa
desencanto
& graça
nas dobras
de toda morada
se obra
terra arrasada
em festa
sob sol a pino
se gesta
sombrio destino
agudo
blasé
sou tudo
que se pode ser
quarta-feira, 23 de maio de 2012
acato a cota
do mal
broto já brota
brutal
rota
do roto
o que se esgota
cai no esgoto
quem diria
agora alcanço
a agonia
dos mansos
me entrego
sem senão
a desespero cego
& mansidão
terça-feira, 22 de maio de 2012
à memória de Célio Silva
de luto
de repente
sou o furor dos brutos
& a placidez dos dementes
após sofrimentos sem fim
& heroicos rompantes
vi que nem sou assim
tão importante
em verso curto
breve
meu surto
se inscreve
quando
em surto
me expando
em verso curto
trova exígua
verso curto
abriga
meu surto
que vergonha
minha lira
de dia sonha
de noite delira
em asilo
minha vida volveu
era tudo tranquilo
só não era eu
segunda-feira, 21 de maio de 2012
troco alma tensa
por viva
indiferença
sexta-feira, 18 de maio de 2012
quem diria
abriu-se o ovo
é meu primeiro dia
de novo
quem espera
não alcança
diz o vate
mato a fera
da esperança
antes que ela me mate
ínfima horta
colheita infinita
letra morta
me ressuscita
quinta-feira, 17 de maio de 2012
agora
que me esboroo
quem sabe é hora
de outro voo
agora
que me elimino
quem sabe é hora
de outro destino
agora
que me aniquilo
quem sabe é hora
de novo estilo
inglória
jornada
como pesa uma vitória
adiada
sonho infantil
se esboroa
nunca existiu
época boa
agora
que me despedaço
quem sabe é hora
de novo traço
quarta-feira, 16 de maio de 2012
agora
que me desencanto
quem sabe é hora
de outro canto
agora
que eu já era
quem sabe é hora
de outra quimera
agora
que me decomponho
quem sabe é hora
de outro sonho
agora
que me desvaneço
quem sabe é hora
de outro começo
desfeito
o velho caminho
quem sabe meu peito
é novo ninho
agora
que me perco
quem sabe é hora
de ruir o cerco
farto
da velha rota
que belo parto
a derrota
terça-feira, 15 de maio de 2012
meu fado
é o que é
nado
contra a maré
segunda-feira, 14 de maio de 2012
velho menino
ciclo eterno
ressurjo divino
do inferno
embora me custe a
paz
angústia
me refaz
seca brava
jardim
o mundo que eu esperava
esperava por mim
o dia
me passa
em agonia
& graça
domingo, 13 de maio de 2012
tibieza
gesto vão
os que cantam grandeza
pequenos já são
minha prosa
irmana
paz ociosa
& guerra insana
sexta-feira, 11 de maio de 2012
graça que colho
em breve segundo
fecho o olho
se abre um mundo
me desfaço
lentamente
em velho cansaço
& gozo silente
meu legado
o que em mim não morreu
um pronome cansado
eu
quinta-feira, 10 de maio de 2012
em todas as batalhas
todas vãs
mãos santas & canalhas
são irmãs
quarta-feira, 9 de maio de 2012
me delicio
com a pintura
em céu vazio
vida pura
segunda-feira, 7 de maio de 2012
alma vetusta
fazendo pirraça
nada me custa
meu estado de graça
minha lei
& cura
me acheguei
à vida pura
tudo silencia
meu peito não
travessia
é solidão
domingo, 6 de maio de 2012
lenta agonia
súbito clarão
na terra que estia
flores nascerão
sábado, 5 de maio de 2012
canto o poder
& o sabor
de ser
quem sou
sexta-feira, 4 de maio de 2012
verso que invento
me recria
em desalento
& alegria
quinta-feira, 3 de maio de 2012
doente
sem remédio
sou alma ardente
& tédio
me vejo
atacado
de desejo
& enfado
desconfio
que sou malsão
de desvario
& razão
temo
ser enfermo
de extremos
& meio termo
quarta-feira, 2 de maio de 2012
rumor de festa
terra estéril
gesta
império
longa noite
intempérie
o sol que se acoite
o dia que espere
terça-feira, 1 de maio de 2012
barco à toa
com ou sem vento
vida boa
é esquecimento
enfado
em letra viva
sou sagrado
à deriva
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