terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

a rigor, sou sem estofo
bolo fofo
de fim de festa
cabra mole
que não presta
sequer 
pra manter prole
e mulher

a rigor,
sou frouxo,
covarde,
anti-herói
faço logo muxoxo
se me arde
o dodói

a rigor, sou sem jeito
oco
dorminhoco
prostrado no leito
entediado
bocó
ruim de um lado
do outro pior

a rigor,
sou bobo
sincero
indeciso
aprendiz
compro o que não quero
nem preciso
roubo 
o que não quis

a rigor,
pouco valor
dou aos rigores da vida
onde entrei meio
alheio
já de saída

a rigor,
confesso
aos becados,
no meu ingresso
(primeiro pecado!)
já estava escrito:
este anticristo 
e antijudas
ao mundo veio
deus nos acuda
somente a passeio.

2 comentários:

  1. nossa, me identifiquei com isso,menino!Parece aquela coisa do riso que tu me disse um dia...mas num poema fica bem mais bonito. Bjo

    ResponderExcluir
  2. se identificou? pois é: é um poema sobre nada (quem está sobre nada tem que sobrenadar, senão afunda). bj gd.

    ResponderExcluir