quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Gramática do pragmatismo

Algumas pessoas se dizem pragmáticas.
Mas é possível ser pragmático de maneiras distintas.
Pragmático é alguém que busca um certo resultado e pauta por essa busca seus principais esforços.
O primeiro desafio de uma pessoa pragmática é definir o mais claramente possível o resultado ou resultados a serem alcançados.
Os atuais governantes do Brasil podem ser consideradas pessoas pragmáticas.
Além de pragmáticas, são bem sucedidas.
Isso significa que, além de definir com clareza seus resultados, conseguiram alcançá-los, ao menos parcialmente.
Que resultados são esses?
Ganhar as eleições presidenciais, cumprir o primeiro mandato e o segundo mandato e fazer o sucessor.
O que mais?
Realizar, na medida do possível, às vezes só na retórica, às vezes também na prática,  um governo antineoliberal e anti-imperialista.
O que mais?
Fazer da máquina estatal e paraestatal uma estufa para a criação e procriação de uma poderosa burocracia autoritária e antirrepublicana.
Os dois primeiros resultados foram plenamente alcançados; o terceiro, mais improvável num país democrático, foi apenas parcialmente alcançado.
Os brasileiros pagaram um preço para que os atuais governantes conquistassem suas vitórias.
Por outro lado, auferiram benefícios.
São estes, os benefícios, que falam mais alto neste momento.
Ao apoiar o atual grupo dirigente, os brasileiros consideram que estão sendo pragmáticos. Queriam mudar de vida e elegeram um grupo que promoveu uma mudança, sob aspectos socioeconômicos, para melhor, embora muita da mudança que atualmente vivemos não possa ser creditada a esse grupo.
E, diante da falta de alternativas no atual espectro político do país, é difícil convencer a maioria das pessoas de que tudo poderia ser muito melhor.
Mas caminhos muito melhores são sempre caminhos muito difíceis.
Este blog é um espaço para o cultivo desse caminho.
O Brasil merece algo muito melhor do que os seus atuais governantes podem oferecer.
O Brasil pode praticar um outro pragmatismo.
E, pra você, o que falta dizer?
E, pra você, o que falta dizer

Nenhum comentário:

Postar um comentário