quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Bom dia, democracia (1)

Como vai a democracia brasileira?
Bem, porque a sombra de um golpe de Estado não paira sobre ela.
Ou seja, tudo indica que nossa democracia não corre riscos de se tornar uma ditadura.
Mas, afora esse importante aspecto, como vai a democracia brasileira?
Bem, porque, à exceção de casos como a censura judicial contra o Estadão, no caso do filho do senador Sarney, há ampla liberdade de expressão no país. Mesmo o maniqueísmo petista, com sua mania agressiva de rotular e patrulhar, causa no máximo danos muito limitados à democracia. E na última eleição, o fundamentalismo religioso ou o antinordestinismo também não conseguiram atuar como fenômeno inibidor da liberdade de expressão.
Mas, afora tudo isso, como vai a democracia brasileira?
Não muito bem.
Nossa governabilidade e continuidade institucional, se evita a ditadura, fortalece o autoritarismo, porque, entre nós, o Executivo é um superpoder.
No presidencialismo brasileiro, o Legislativo conta muito pouco, e isso não é bom para a democracia.
Dentro do próprio Legislativo, os presidentes da Câmara e do Senado, juntamente com os líderes dos maiores partidos, têm poder demais, e isso não é bom para a democracia.
O fato de o Executivo ser um superpoder e de, dentro do próprio Legislativo, vigorar o império dos presidentes e dos principais líderes, sustenta a vigência de uma governabilidade autoritária.
Somos uma democracia, mas somos uma democracia com um importante viés autoritário.
Depois, eu continuo.
Até aqui, para você, o que falta dizer?

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