sábado, 27 de novembro de 2010

O coro pró-Coreia

Faço parte do coro pró-Coreia.
Não me refiro a nenhum apoio a qualquer coisa que tenha a ver com a tensão entre as Coreias, ou entre a Coreia do Norte e parte do resto do mundo.
Refiro-me ao esforço qualificado que a Coreia do Sul fez para realizar a convergência do seu nível de renda per capita com os dos países mais ricos do mundo.
Esforço, diga-se de passagem, largamente bem-sucedido.
Quais as bases desse esforço?
Educação de boa qualidade em massa, investimento em pesquisa e montagem de parque industrial visando à competição internacional.
Faço parte do coro pró-Coreia porque é notável que uma sociedade se erga com tanta determinação e por tanto tempo em torno de um objetivo tão nobre; e é notável que não somente o país tenha atingido o objetivo traçado, mas também que os cidadãos coreanos tenham, de um modo geral, colhido os frutos desse sucesso.
Faço parte do coro pró-Coreia porque nós, brasileiros, temos muito a aprender com essa lição de esforço qualificado.
Sim, eu faço parte do coro pró-Coreia.
Mas sou possivelmente um corista desafinado.
Quero que o Brasil aprenda com o sucesso coreano.
Quero, porém, que o Brasil aprenda igualmente com as dificuldades enfrentadas pelos coreanos.
O esforço qualificado dos coreanos lhes trouxe muita prosperidade econômica e certamente muitos benefícios de ordem subjetiva.
Entretanto, trouxe também a expansão da depressão e do suicídio.
As causas disso são, logicamente, complexas; mas estão inequivocamente associadas ao bem-sucedido esforço de convergência.
A expansão da depressão e do suicídio foram talvez o preço mais alto pago pelos coreanos para alcançarem o sucesso nesse esforço.
Nós, brasileiros, tivemos bons resultados socioeconômicos nos últimos anos, mas estamos aquém de uma agenda ousada e qualificada, à maneira daquela elaborada e executada pelos coreanos, voltada à convergência.
Precisamos dessa agenda.
Contudo, não podemos esquecer: precisamos também manter a alegria de viver.
E, para você, o que falta dizer?

2 comentários:

  1. somos tão diferentes da coreia e nem por isso sem depressão ou suicídio rsrs.

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  2. é, mas aí, aqui e lá, apêndice de trabalho, trabalho, trabalho, tem tristeza profunda e vontade de morrer.

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