terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Passo à frente (e pé atrás?)

Mais renda, mais consumo.
Mais consumo, mais dignidade, sobretudo para quem estava em situação de subconsumo.
Mais dignidade, mais consciência dos próprios direitos e mais poder para lutar por eles.
Mais consciência dos direitos, mais deveres.
Nos últimos anos, o Brasil aumentou e distribuiu melhor o bolo da riqueza nacional.
O aumento ocorrreu graças à relativa estabilidade macroeconômica, conqustada no governo FHC, à abundância de recursos naturais, nem sempre utilizados de maneira sustentável e à competitividade externa, tanto tecnológica quanto gerencial, de alguns setores de nossa economia.
A distribuição melhorou graças às políticas do governo Lula, que se apoiou na parte bendita da herança de FHC e aproveitou os êxitos do nosso setor externo para turbinar o mercado interno, via aumento da capacidade de consumo da população brasileira, em especial dos menos favorecidos.
E agora?
Um dos desdobramentos pode ser: a classe C, e também a D e a E, passam a compreender que somente aumento de renda não basta e que merecem equipamentos públicos na quantidade e qualidade necessárias.
Passam a compreender que merecem, por exemplo, escola pública de qualidade.
Passam, em seguida, a compreender que, sem sua mobilização intensa e esclarecida, a escola de qualidade não virá.
Essa nova compreensão gera, portanto, o dever da participação.
As classes C, D e E passam a cobrar de governantes, gestores e professores mais compromisso e melhor desempenho na área educacional.
Eleição após eleição, os candidatos mais compromissados e mais bem qualificados para empreender ações que melhorem a educação são cada vez mais bem votados.
Os filhos das classes C, D e E passam a frequentar melhores escolas.
Mais bem qualificados, os filhos das classes C, D e E cada vez mais se habilitam a integrar os setores da mão de obra que contribuem para a competitividade tecnológica e gerencial e, consequentemente, para o aumento da riqueza nacional.
Habilitam-se ao mesmo tempo a colher uma parcela maior da riqueza que ajudaram a aumentar.
O circuito se fecha, abrindo-se, ao mesmo tempo, para nova era de expansão e distribuição da riqueza.
É nesse sentido que estamos caminhando?
E, pra você, o que falta dizer?

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